terça-feira, 3 de agosto de 2010

Nem sempre é para fazer sentido



Eu poderia escrever tudo em inglês, tornar mais redondo, mais poético. Usar palavras bonitas e difíceis. Tornar épico. Mas não passaria de asneira fashion para disfarçar a verdadeira intenção. Evidenciar o sentimento...
Algo está mudando, algo que não posso controlar.E se pudesse, não queria.
Me desprendo dessas correntes da obrigação. As férias realmente fazem mal.
Não quero símbolos e meias palavras na minha vida.
Não quero mensagens indiretas de canções ouvidas antes a dois.
Não quero olhar na janela esperando a felicidade chegar. Olhar o telefone esperando ela me ligar. Nem quero correr atrás de quem foi e não me esperou. Não é que não valha a pena. Só estou muito cansada pra isso.
Minha alma tem milhares de anos. Milhares de anos de tentativa, de espera, de derrota.
Por isso algo está mudando, uma nova atitude, um novo eu.
Precisa se esvaziar a taça para encher com um novo liquido. E nem sempre o vinho milenar é o mais saboroso. Por vezes novas safras o superam. E é aí que se encontra a resposta. Copo cheio não retém mais líquido do que o que já comporta. Corpo cheio não sustenta peso a mais além do que o que suporta.
Todo desejo é um desejo de morte. Tudo leva a isso. Tudo finda nisto. Tudo acaba, tudo perece... Até mesmo eu precisei ser convencida disso.
Porque não importa que diz vamos morrer. Não importa se vai ser logo ou daqui a mil anos.
Se a gente não vive, então já morremos e nem fomos avisados. Se a gente não vive, nem para sacrifício vamos servir.
As vezes o peão mata o rei. As vezes o simples supera o complexo. As vezes o abstrato mostra claramente a resposta e meias palavras viram nada. Somem no ar.
Quando coloco um pé na frente do outro faço uma escolha. A escolha de seguir em frente, não importa o que me venha.
Quando você me coloca o pé para tropeçar, posso passar por cima, chutá-lo ou parar para admirar seu sapato. Seja o que for, tudo é uma escolha.
Agora quando eu me ajoelho e desisto de continuar porque algo ou alguém me coloca uma dúvida em quando minha estrada vai acabar, sou indigna de minhas pernas. Sou um copo sem água. Um corpo sem fé. Um ser sem serventia. Um erro. Uma abominação. Um desperdício. Um vício de perdedora...