segunda-feira, 30 de maio de 2011

Apenas amigos




Apenas amigos saberão a hora de apertar a minha mão
eles sentirão o momento que preciso de um aperto no ombro
verão em minhas feições os momentos estúpidos que me remetem um olhar
viverão comigo as intensas dores de ser quem se é, mesmo não sendo eu

Apenas Amigos, de A maiúsculo vão entender o que não digo
escutar o que não emito e falar as verdades que não desejo ouvir
Apenas amigos sorrirão comigo quando meus lábios não demonstrarem dor
e me abraçarão sem saber que preciso, apenas porque há a possibilidade de eu precisar

Os mais próximos, os que me assistem, os que desejam a queda
TODOS podem se denominar amigo
POUCOS têm de fato tal mérito

Viver longe, separar os caminhos e até mesmo não se dar bem, ou se dar bem até demais
não faz diferença
Morrer, juntar as escovas de dentes, não gostar ou desgostar até demais
também não faz diferença
Teu melhor amigo pode estar em qualquer um desses lugares
em qualquer classificação

Dividi muito as pessoas que conheci, como todos o fazem
Dei diversos rótulos àqueles que se mostravam aptos a tê-los
Coloquei em diversas caixas etiquetadas e datadas em uma organização toquial
e poucos foram para a caixinha dos Amigos

O Amigo as vezes vai embora
ele é o único que te deixou em paz
Tive muitos desses e não lembro seus nomes mais

O Amigo é aquele que depois de você insistir no erro
ele não vai estar lá, mas estará
ver não é tudo, sentir é o importante

Se você sente, é

Eu tive vários amigos, perdi-os ao certo
Dei tiros em patos errados e derrubei quem me apoiava
E eles ainda devem estar lá mas não os enxergo

Também fui amiga, fui derrubada centenas de vezes
E tentei levantar enquanto pude
Estou aqui de pé, talvez pela ultima vez
Não sei porquê ou por quem
Mas aqui estou e por onde quer que eu ande, inevitavelmente, meus pés marcarão
E se passei aí por ti em algum momento, devo estar algum lugar com pegadas residuais que ninguém jamais apagará

Apenas amigos entendem o quão difícil é ser um amigo
E para aqueles que fracassaram resta dizer apenas que aqui também jaz um de vós.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Somos melhor ouvidos quando nos calamos



E se um dia me calo é porque desisti
Desisti de eu mesma em tentar melhorar as coisas
Tentar ser quem não sou para agradar não é uma opção
mas ela existe
Sei que ela existe
Não quero chorar mais por coisas que mal me recordo
Não dói mais como antes
aliás, não surte mais sentimento algum
Porém a repulsa, o medo e -mais do que tudo- o cuidado fazem-me afastar
Sabe, houve momentos que doeu mais longe do que em mim
eu senti essas dores
como pregos furando meus pés e me impedindo de andar por alguns momentos
Quando não havia ar eu perdia meu fôlego
E quando não havia sangue, meu coração fazia duplo esforço
Quando a noticia chegou eu acordei
às 10:10 do dia 10/10/10
A agulha foi perfurando e um tilintar nos meus ouvidos me doía
a água salgada chegou até minha boca enquanto ouvia N'sync
e a nostalgia por mim veio de fininho.
Eu senti tudo, eu vi e vejo tudo. Sei e prevejo a bagunça que vai ficar.
Eu ja sou uma bagunça que precisa ser arrumada
Tem caquinhos que ja colei e lágrimas que sequei
Tem sangue coagulado e minha visão se estreitou
Não importa mais nada.. ja passou... hoje
Mas torno a dizer que os caminhos sempre se estreitam quando tentamos desviar
os destinos que têm que se cruzar vão teimar em conectar-se
O esforço para esquecer é na verdade a constante lembrança
É manter-te vivo
Não está em minhas mãos
não depende da minha cabeça ou do meu coração
é o que é e quem sou eu para dizer o contrário?
O importante é discordar
Houve tempos em que me deixava magoar porque mantinha uma certa abertura
aí a gente aprende a ser seletivo
ser, de certa forma, preconceituoso e julgar pela capa
Dizer que aquele será bom e aquele será maléfico
E não importa quantas chances eu tenha dado
não importa mesmo
no fim quem a gente ama sempre machuca mais
e os outros ficaram fora da minha cesta selecionada
Portanto me calo depois que ja disse tudo que tinha pra dizer
E sei que falam de mim, inventam verdades inconcebíveis
esquecem que minhas próprias verdades são para alguns inimagináveis
Até mesmo os mais próximos desacreditam por vezes
E aqueles que fazem parte dela resolveram fechar a porta
Então que me resta?
Me esconder na minha toca
Não ligar, não falar, desejar boas festividades
E fim de papo