quarta-feira, 11 de maio de 2011

Somos melhor ouvidos quando nos calamos



E se um dia me calo é porque desisti
Desisti de eu mesma em tentar melhorar as coisas
Tentar ser quem não sou para agradar não é uma opção
mas ela existe
Sei que ela existe
Não quero chorar mais por coisas que mal me recordo
Não dói mais como antes
aliás, não surte mais sentimento algum
Porém a repulsa, o medo e -mais do que tudo- o cuidado fazem-me afastar
Sabe, houve momentos que doeu mais longe do que em mim
eu senti essas dores
como pregos furando meus pés e me impedindo de andar por alguns momentos
Quando não havia ar eu perdia meu fôlego
E quando não havia sangue, meu coração fazia duplo esforço
Quando a noticia chegou eu acordei
às 10:10 do dia 10/10/10
A agulha foi perfurando e um tilintar nos meus ouvidos me doía
a água salgada chegou até minha boca enquanto ouvia N'sync
e a nostalgia por mim veio de fininho.
Eu senti tudo, eu vi e vejo tudo. Sei e prevejo a bagunça que vai ficar.
Eu ja sou uma bagunça que precisa ser arrumada
Tem caquinhos que ja colei e lágrimas que sequei
Tem sangue coagulado e minha visão se estreitou
Não importa mais nada.. ja passou... hoje
Mas torno a dizer que os caminhos sempre se estreitam quando tentamos desviar
os destinos que têm que se cruzar vão teimar em conectar-se
O esforço para esquecer é na verdade a constante lembrança
É manter-te vivo
Não está em minhas mãos
não depende da minha cabeça ou do meu coração
é o que é e quem sou eu para dizer o contrário?
O importante é discordar
Houve tempos em que me deixava magoar porque mantinha uma certa abertura
aí a gente aprende a ser seletivo
ser, de certa forma, preconceituoso e julgar pela capa
Dizer que aquele será bom e aquele será maléfico
E não importa quantas chances eu tenha dado
não importa mesmo
no fim quem a gente ama sempre machuca mais
e os outros ficaram fora da minha cesta selecionada
Portanto me calo depois que ja disse tudo que tinha pra dizer
E sei que falam de mim, inventam verdades inconcebíveis
esquecem que minhas próprias verdades são para alguns inimagináveis
Até mesmo os mais próximos desacreditam por vezes
E aqueles que fazem parte dela resolveram fechar a porta
Então que me resta?
Me esconder na minha toca
Não ligar, não falar, desejar boas festividades
E fim de papo

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