quarta-feira, 22 de junho de 2011

Encontre-me na letra V



Poucas pessoas entenderão o que virá. Foi um texto extraído do filme V de Vingança, um dos meus favoritos. Recomendo o filme e a comic, mudará sua vida.



E embora esse blog nada tenha a ver com cinema ou quadrinhos, ouso modificar seu curso por um breve momento para apresentar um texto feito em um período de profunda tristeza e com a sensação da derrota presa à garganta, mas que fora escrito por alguém que lutou até seu ultimo suspiro para ser quem é e que jamais negou um minuto de felicidade. E mais, teve humildade de lembrar que amamos uns aos outros nas piores situações. Basta nos dar conta.



Se você entender ou subtender uma frase, uma palavra, ou ainda, se não compreender absolutamente nada. Peço que tire o melhor proveito disso e faça o que faz de melhor, negue, desvie o olhar, chore, compartilhe. Faça uma escolha e liberte-se!






"Sei que não há como convencê-la de que isto não é um truque mas não faz mal. Sou eu. Meu nome é Valerie. Não creio que viverei muito tempo e quero falar sobre a minha vida. Esta é a única biografia que eu vou escrever e faço isso em papel higiênico. Nasci em Nottingham, em 1985. Não me lembro muito da infância, mas eu me lembro da chuva. Minha avó tinha uma fazenda e ela dizia que Deus estava na chuva. Fui aprovada no exame para o curso secundário. Na escola, conheci minha primeira namorada. Seu nome era Sarah. Foram seus pulsos. Eles eram lindos. Achei que nos amaríamos para sempre. O professor dizia que era uma fase da adolescência que superaríamos. A Sarah superou. Eu não superei. Em 2002, eu me apaixonei por uma garota chamada Christina. Naquele ano, contei aos meu pais. Não poderia ter feito isso sem a Chris segurando minha mão. Meu pai não olhou para mim. Disse-me para ir embora e nunca mais voltar. Minha mãe não falou nada. Mas eu só contei a verdade a eles. Isso foi egoísmo demais? Nossa integridade vale tão pouco, mas é tudo o que temos. É o mais importante em nós. Mantendo nossa integridade, somos livres. Sempre soube o que queria da vida. Em 2015, eu estrelei meu primeiro filme, As Dunas de Sal. Foi o papel mais importante da minha vida, não pela carreira, mas porque assim conheci a Ruth. Na primeira vez em que nos beijamos, eu soube que nunca mais iria querer beijar outros lábios. Nós nos mudamos para um apartamento em Londres. Ela plantou Scarlet Carsons para mim na janela e nosso apartamento sempre cheirava a rosas. Foram os melhores anos da minha vida. Mas a guerra dos EUA foi piorando e, no fim, chegou a Londres. Depois disso, não havia mais rosas... Não para todos. O significado das palavras começou a mudar. Palavras como "colateral" e "rendição" inspiravam medo... Enquanto ganhavam força "Nórdica Chama" e "Artigos de Submissão". Lembro-me de como "diferente" virou "perigoso". Ainda não entendo por que nos odeiam tanto. Eles levaram a Ruth enquanto ela comprava comida. Nunca chorei tanto na minha vida. Não demorou para virem me buscar. Parece estranho terminar a vida em um lugar tão horrível... Mas durante três anos eu tive rosas e não pedi desculpas a ninguém. Eu morrerei aqui. Cada pedacinho do meu ser perecerá. Cada pedacinho... Menos um. O da integridade. É pequeno e frágil... E é a única coisa que vale a pena ter. Nós jamais devemos perdê-lo. Nem deixar que o tomem de nós. Espero que, quem quer que você seja, escape daqui. Espero que o mundo mude e a vida fique melhor. Mas o que mais quero é que entenda a minha mensagem...Quando falo que mesmo sem conhecer você... E mesmo que talvez jamais conheça você... Ria com você, chore com você... Ou beije você... Eu amo você. De todo o coração... Eu amo você.
Valerie"

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Um segundo na janela




Eu me voltei para a lua


Desviei de todos os planetas


Deixei os céus na recusa do absoluto


Renunciei ao certo e ao caos de estar em paz


Escolhi o privilégio da tortura


E confusão gloriosa


Me encontrei em devaneios


Usei portas para contemplar um sol poente


E pela janela esperei você entrar


Não espero mais a morte


Há morte na angustiante expectativa do ''A Seguir''


Sigo caminhos que se desencontram no horizonte


A estrela nascente mostra-me raios invisíveis que me destróem


Estou errando


Vejo onde e sou incapaz de consertar


Há uma saída


Eu sinto muito


Ainda que ela esteja lá fora sei que tenho que começar a sair de mim mesma


Começando por dentro...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mais Demais




Contentei-me com pouco
Me achei em esquinas proibidas e fui até onde nenhum sol se viu
Vesti couro e seda nas noites mais solitárias
Fui culpada de muitas coisas que não fiz
E jamais fui descoberta pelos crimes que cometi
Crimes dos quais a lei não pune
mas são condenáveis pela lei da reação.
Tenho asco de muitas coisas
E repetirei coisas incansávelmente até serem entendidas
Cansei de sorrisos forçados
mas certamente tentar uma reação verdadeira é muito mais exaustivo
Que poderia mais fazer?
Sinto que estou perdendo
Acho que no fundo era mesmo uma batalha perdida...
E o pior é lembrar que alguns escolhem perder
porque é mais conveniente ficar se lamentando
E por que sair da conveniência?
Quem realmente quer encontra uma maneira
Quem não quer encontra uma desculpa
E chega de desculpas para não ter mais
Não quero mais
Mais é demais
Eu tentei
re-tentei
e de novo
E vou continuar sabe?
Porque sou mesmo teimosa, SEMPRE!
E se um dia precisares de um amigo, aqui estou
Se um dia de nada precisar, nada te darei
E assim terás sempre o que quer
Não posso ultrapassar um muro que antes tinha uma porta que me era aberta voluntariamente
Não pularei essa barreira
Mamãe passou hipoglós no meu bumbum
ela me educou
se ninguém te chama, cale-se
se alguém te pede, dê sempre que possível
E se não puder, divida do teu
Sabe, as vezes é dificil ser alguém pra alguém
As vezes, só as vezes, tem dias que você se sente um ninguém
Sem função, sem fundamentos, sem fundo, sem fim
Nesses dias me volto pra cá e saem essas palavras
são poucos dias e são muitas palavras...
Por favor, não se abale, vai passar
É conveniente que passe...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Devaneios




Me perdi dentro de mim no momento em que comecei a tentar me encontrar. É complicado isso, eu sei.
Por muitos dias vaguei dentro da minha própria cabeça. Faço isso nesse exato momento na verdade. E é confuso, é escuro, é perdido.
Esqueço as coisas, ora porque faço questão que assim seja.
Quero mesmo que se encerre. E em outros momentos porque de certa forma era remotamente importante.
Na verdade nem sei qual o fim dessa história, também não sei se é a minha história. Aliás ainda não descobri o que é isso.
Suponho que a resposta nunca será encontrada. De fato penso que quando o ser humano encontra a resposta para sua maior questão, ele morre. Porque depois de encontrada a solução para o maior problema, o resto fica fácil, monótono, dispensável.
O meu caminho tem tantas direções. Mais ou menos quando a gente está numa loja de doces e são tantas guloseimas açucaradas acabamos saindo com um salgadinho na mão porque não soubemos lidar com tantas opções boas.
Não quero forçar isso aqui, tudo que é forçado dá errado de uma forma ou de outra. Tudo que não é pra ser, quando é, acabada sendo sem ser como teria. Sabe? Sai torto, estranho, vazio.
Vai ver eu nem era pra ser e agora que sou, sou torta, estranha e vazia. Sou incomum, isso com certeza. Tomara que eu seja mesmo, assim as outras pessoas não serão tortas, estranhas e vazias.
Acho que não são mesmo. O mundo é bem normal até. Apesar de tudo o mundo é como tem de ser, eu acho. E em toda coisa ruim aparece uma parte boa. E é claro que na parte boa também tem a parte ruim, mas aí é bom porque também vai ter um tanto de coisa boa nessa parte ruim.
Viu como é complicado? Meu pensamento é rápido demais pra minha lógica. Como quando uma pessoa me conta uma história e eu já sei o que ela comeu pelo hálito, sei quanto ela ganha, pelas roupas. Sei até se está mentindo e porque está mentido. Claro, conhecendo é mais fácil. Se eu não conheço acabo sempre ficando na suposição. Mas com minha certeza de que supus certo.
Afinal, porque razão eu iria pensar que eu erro? Não, eu jamais erro. Até nos meus erros consigo fazer um acerto, de uma forma ou de outra. Ainda que eu acerte errado!