segunda-feira, 11 de abril de 2011

Eu sou uma bagunça




E na tentativa frustrada de me definir
buscando em todos os cantos da casa onde vivo
Em cada pagina que escrevi desde que aprendi a escrever
Notei que de fato sou uma bagunça

Não quero ser abstrata e nem ter um ar barroco
Não me interessa isso
Aposto que as palavras mais repetidas são não
E as que nunca são pronunciadas prefiro não saber

Não me definirei jamais

Sei que sou eterna e interna sou indestrutível
Sei que sou parte da terra e vento e com o tempo me irei
Passo e rasgo seu coração
Marco e arco com cada ato insano

Sou louca e sou pouca para o tanto que serei
Meço cada atitude e não ha longitude para me limitar
Sou inderrotável e minha única perda é a da vida
Peço perdão por não crer que sem um perdão irei me perder

Ja estou perdida, eu acho
Me encontro em cada pedaço que deixo por aí
Vivo em cada segundo de desligamento
Meus passos marcam em cada um que passa por baixo

Eu estou aqui, ali e aí
Me encontro em cada máscara que encobre as verdadeiras faces em palavras não ditas de mentes impensadas.
Não pertenço a lugar algum, sou um lugar a pertencer

Perco, me perco e sumo
Odeio coisas em mim que fazem me amar cada dia mais
E não é porque deixei de estar que saí de lá
Sei que no fim estou aí todos os dias

Sem palavras eu disse tudo
Direi mais em breve
E nem com cem palavras diria metade
Deixarei porque sozinho segue

Me entenderei, prometo
o blog é só um processo em conserva
posso destilá-lo
posso fermentá-lo

Eventualmente acabarei jogando fora porque afinal é o que fazemos com a bagunça...

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